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Porque Bernard Arnault é um dos homens mais ricos do mundo.

Esta é uma resposta complexa porque envolve vários conceitos, mas vamos começar pelo fator psicológico. Existe um transtorno chamado oniomania, o nome vem do grego: oné (comprar) mania (loucura). Os psicólogos estudam esse transtorno a fim de criar métodos e ferramentas para auxiliar os pacientes a lidarem com o transtorno da melhor forma possível. Baseado no estudo desse transtorno, a Dr. Ana Beatriz Barbosa escreveu o livro Mentes consumistas, do consumismo à compulsão por compras. Ela explica em seu livro que existe uma diferença muito grande entre comprar por necessidade e comprar por compulsão, a diferença de um cérebro sem o transtorno e como o transtorno. Sobre o mesmo tema, temos o livro Escassez, do cientista comportamental americano Eldar Shafir, que vai nos explicar como a síndrome da escassez afeta a nossa percepção diante de uma possível perda de vantagem. Baseados nos estudos sobre transtorno compulsivo e a síndrome da escassez, podemos ter uma visão sobre como o cérebro se comporta quando exposto a uma situação de estresse juntamente com uma situação artificialmente criada de escassez. É aqui que entra o marketing. O marketing estuda formas e maneiras de como aumentar as vendas de produtos e serviços, gerando assim lucratividade para uma empresa. O objetivo do marketing é tornar os produtos ou serviços altamente cobiçados, gerando no consumidor o desejo de ter aquele bem ou serviço, e o marketing faz isso explorando as nossas vulnerabilidades psicológicas. Philip Kotler o pai do marketing moderno, em seus livros Marketing 3.0, nos explica a transição do marketing orientado ao produto (1.0) para o focado no consumidor (2.0) e então para o centrado no ser humano (3.0), em que produtos, serviços e culturas empresariais deveriam adotar e refletir valores humanos para serem bem-sucedidos. No Marketing 4.0 do tradicional ao digital, Kotler explica as principais forças que o impulsionam, como a economia digital, a sociedade inclusiva e a conectividade humana. Também trata das dinâmicas do mercado, como o caminho de compra do consumidor, o papel dos influenciadores e a importância da fidelidade à marca. Já no Marketing 5.0: tecnologia para a humanidade, Kotler explana sobre a integração entre as tecnologias e as necessidades humanas, entre a inteligência artificial e a inteligência emocional, e entre a inovação e a inclusão. Aqui já podemos observar uma mudança de paradigmas no marketing analógico e no marketing digital. Antigamente, quando uma empresa ou marca queria divulgar seus produtos ou serviços, ela ficava limitada aos anúncios em jornais, revistas, outdoors, TV e rádio. Hoje nós temos um mundo de possibilidades fomentado pela junção da tecnologia, psicologia e marketing. Com, por exemplo, as técnicas psicológicas, a neurociência, a inteligência artificial, o Big Date e a mineração de dados, dentre outros. Com o acesso a todas essas informações, o Marketing consegue desenvolver campanhas para produtos e serviços cada vez mais elaborados e personalizados, tornando assim quase impossível de uma pessoa fugir desse ataque massivo. Com mais e mais pessoas enganchadas, as marcas passam a ser não somente produtos ou serviços, agora elas passam a ser objetos de posição social. É aqui que todas as empresas e marcas querem chegar, não ser somente algo que vende algo, mas um artigo de luxo. Quando a empresa ou marca chega nesse panteão, ela começa a vender exclusividade. (Olha a síndrome da escassez). Seu valor de mercado salta para valores estratosféricos porque somente a nata da Elite pode ter. É assim que CEOs como Bernard Arnault conseguem ser listados na Forbes como um dos homens mais ricos do mundo, porque eles não vendem apenas produtos ou serviços, eles vendem um conceito artificial de Escassez e status social imediato.

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